segunda-feira, 22 de maio de 2017

As Suspeitas de Corrupção na Petrobras durante o Governo Lula - 2003 a 2010

Lula, questionado por Moro em seu depoimento no "Caso Triplex" se tinha conhecimentos sobre os desvios da Petrobras, afirmou que "Não, nem eu, nem o senhor, nem o Ministério Público, nem a Petrobras, nem a imprensa, nem a Polícia Federal. Todos nós só ficamos sabendo quando foi pego no grampo, na conversa do (Alberto) Youssef com o Paulo Roberto".
Mas não é bem assim. Houveram diversas denúncias ignoradas pelo governo. Lula soube de pelo menos uma delas...

Lula foi presidente de 2003 a 2010. Em 2010 Lula, no auge de sua popularidade, aproveitou para ignorar decisão do TCU, que determinou a suspensão de quatro obras da Petrobras com irregularidades graves, e liberar verbas para as obras continuarem. Dentre as quatro obras, três hoje ficaram famosas com o Petrolão: RNEST (Refinaria de Abreu e Lima) em Pernambuco,  REPAR no Paraná e  COMPERJ no Rio de Janeiro. 

O consórcio responsável pelas obras da RNEST é formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.

No mesmo ano de 2010 a empreiteira Odebrecht fez uma obra a mais: a reforma do sítio de Atibaia frequentado por Lula. Logo que a obra terminou, em janeiro de 2011, a OAS continuou as reformas. Coincidências de um mundo pequeno. A acusação de Lula no "Caso Triplex" também está vinculada aos contratos da RNEST.

Vale a pena lembrar que o orçamento inicial de Abreu e Lima era de 2,5 bilhões de dólares. A previsão de investimentos já subiu para 15 bilhões de dólares e é estimada em 18,5 bilhões de dólares, o equivalente a 56,8 bilhões de reais.

Ao final de 2010 Dilma foi eleita.

Durante o governo Lula denúncias de corrupção foram feitas a diretores da Petrobras que não vieram a público. Não está claro se o Conselho da Petrobras, como seria de se esperar, foi informado dessas denúncias.

Um cronograma das denúncias e das ações do governo é bem esclarecedor:

2007-05-29: Claudismar Zupiroli, advogado da Petrobras junto ao TCU, envia e-mail à então secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, relatando sua preocupação com o fato de o TCU estar pressionando a Petrobras para limitar a utilização de decreto que permite gastos sem licitação na estatal.

2008: Denúncia anônima enviada para diversos diretores e gerentes da Petrobras menciona o esquema de Cartel das Empreiteiras, com riqueza de detalhes.

2008: Compra superfaturada da refinaria de Pasadena.

2008 a 2009: Venina Velosa, gerente executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobras, informa seus superiores sobre irregularidades na área de comunicação da Diretoria de Refino e Abastecimento, gerida por Geovanne de Morais. 

2009: Venina Velosa informa Graça Foster, via e-mail, sobre irregularidades nos contratos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, empreendimento executado pelas empreiteiras investigadas pela Lava Jato. Graça Foster ignora os avisos dizendo não ter entendido o que ela queria dizer no e-mail. Posteriormente, Graça é nomeada presidente da Petrobras por Dilma Roussef.

2009: Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, envia um e-mail para Dilma Roussef, Chefe da Casa Civil do governo Lula e membro do Conselho da Petrobras, alertando para o risco de que obras sob sua responsabilidade sejam paralisadas por recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

2010-01 - Lula libera quatro obras da Petrobras suspensas pelo TCU, apesar das irregularidades graves que levaram à suspensão das mesmas.

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