domingo, 19 de agosto de 2018

A Principal Razão para a Desigualdade Existente Hoje no Mundo

O livro "Por que as Nações Fracassam" tenta explicar o motivo de algumas nações serem tão ricas e outras tão pobres. A tese principal do livro é a de que os países só escapam à pobreza quando possuem instituições inclusivas, que impedem que as decisões políticas se subordinem aos interesses de uma elite econômica extrativista, que visa apenas seus próprios interesses, em detrimento dos interesses da população de forma geral. São elementos de uma sociedade inclusiva o direito à propriedade privada e a concorrência, um sistema político com centralização política, mas democrático, pluralista e aberto, com disputa de cargos políticos, eleitorado amplo e espaço para a emergência de novos líderes políticos. 


A principal razão para a desigualdade existente hoje no mundo seria a forma como certas nações lograram tirar proveito da Revolução Industrial e como a expansão comercial e colonial europeia moldou o mundo. Abaixo um brilhante trecho que resume essas conclusões:

"A desigualdade existente hoje no mundo se deve ao fato de que, durante os séculos XIX e XX, certos países lograram tirar proveito da Revolução Industrial e das tecnologias e métodos de organização por ela acarretados, ao passo que outros, não. A mudança tecnológica é apenas uma das forças motrizes da prosperidade, mas talvez seja também a mais crítica. Os países que não aproveitaram as novas tecnologias tampouco se beneficiaram de outros motores da prosperidade. Como mostramos neste capítulo e no anterior, tal lacuna deveu-se às suas instituições extrativistas, consequência ora da persistência de seus regimes absolutistas, ora da falta de Estados centralizados. Contudo, este capítulo mostrou também que, em diversos casos, as instituições extrativistas subjacentes à pobreza desses países eram impostas ou pelo menos reforçadas pelo mesmíssimo processo que impulsionou o crescimento da Europa: a expansão comercial e colonial europeia. Com efeito, a lucratividade desses impérios coloniais não raro dependia da destruição de unidades políticas independentes e economias indígenas pelo mundo ou da criação de instituições extrativistas basicamente do zero, como nas ilhas do Caribe – onde, após o colapso quase total das populações nativas, os colonizadores importaram escravos africanos e instauraram sistemas de plantation."

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