O depoimento de Lula a Sérgio Moro movimentou o Brasil. Via whats up e outras redes sociais, circularam na Internet variações de um texto que reproduziriam um post que, segundo o site Tijolaço, teria sido publicado no Facebook de um professor de Filosofia. Os textos mostravam os supostos melhores momentos de Lula em seu depoimento a Moro, como se o depoimento fosse uma luta de boxe, com rounds, todos "vencidos" por Lula.
Clique no link a seguir para ver nossa análise completa dos "rounds": aqui.
Mesmo admitindo-se que os textos não se propunham a fazer uma transcrição exata das palavras do depoimento, simplificando frases para não ficar demasiadamente longo, eles não retrataram de forma real o depoimento, com alterações no que foi dito para produzir um efeito diferente do real, induzindo um entendimento falso sobre o depoimento.
Apenas três dos sete rounds retrataram o que de fato foi dito e ainda assim passando a ideia de que a questão foi encerrada com Lula dando a última palavra.
Os outros quatro textos contém distorções e até frases que sequer foram ditas, ao estilo "não temos provas, temos convicção".
De forma geral, o principal problema de uma análise do depoimento como se a vitória fosse ter a última palavra, mesmo que essa última palavra fosse "não vou responder", pode funcionar em um debate eleitoral ou em redes sociais. Mas em um julgamento em que o objetivo do réu é esclarecer os fatos, quando ele não responde à uma questão importante, dá a impressão ao juiz, que é quem vai condená-lo ou não, de que a falta de resposta significa que não há resposta.
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Mesmo admitindo-se que os textos não se propunham a fazer uma transcrição exata das palavras do depoimento, simplificando frases para não ficar demasiadamente longo, eles não retrataram de forma real o depoimento, com alterações no que foi dito para produzir um efeito diferente do real, induzindo um entendimento falso sobre o depoimento.
Apenas três dos sete rounds retrataram o que de fato foi dito e ainda assim passando a ideia de que a questão foi encerrada com Lula dando a última palavra.
Os outros quatro textos contém distorções e até frases que sequer foram ditas, ao estilo "não temos provas, temos convicção".
De forma geral, o principal problema de uma análise do depoimento como se a vitória fosse ter a última palavra, mesmo que essa última palavra fosse "não vou responder", pode funcionar em um debate eleitoral ou em redes sociais. Mas em um julgamento em que o objetivo do réu é esclarecer os fatos, quando ele não responde à uma questão importante, dá a impressão ao juiz, que é quem vai condená-lo ou não, de que a falta de resposta significa que não há resposta.
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