domingo, 24 de dezembro de 2017

"Estancar a Sangria" e a proteção a Dilma e Lula

Na época em que foram revelados os polêmicos díalogos de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, com a cúpula do PMDB, sobre o "pacto para estancar a sangria" da Lavajato, pouca repercussão foi dada aos trechos que incluíam no "pacto" uma proteção à Lula e Dilma. Esse post recupera esses trechos. 

Coincidência ou não, ao final do processo de impeachment, graças a um acordo no Senado liderado por Renan Calheiros e a intervenção de Lewandowski, Dilma preservou seus direitos políticos, podendo concorrer a um cargo eletivo ou ser nomeada por algum governo para ganhar foro privilegiado.


Primeiro trecho:

JUCÁ - [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.

MACHADO - Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São Paulo ajudou muito. [referência possível ao pedido de prisão de Lula pelo Ministério Público de SP e à condução coercitiva ele para depor no caso da Lava jato]

JUCÁ - Os caras fizeram para poder inviabilizar ele de ir para um ministério. Agora vira obstrução da Justiça, não está deixando o cara [Lula], entendeu? Foi um ato violento...

MACHADO -...E burro [...] Tem que ter uma paz, um...

JUCÁ - Eu acho que tem que ter um pacto.

Segundo trecho:

MACHADO - Meu amigo, eu acho que o melhor seria (...). Porque ela continuava presidente. E Michel assumia com liberdade de mudar tudo.

JUCÁ - Negociava um ou outro cara aqui que ela [Dilma] quisesse proteger.

MACHADO - Isso, proteger no governo. Essa conversa [inaudível] só tem a solução do Getúlio, rapaz. Proteger a família do Lula fazendo um acordo com o Supremo. Não é possível que esses m não façam um acordo desses. Sem o Supremo não adianta. Ou corta as asas da Justiça e do Ministério Público ou f. E quando essa coisa baixar, cortar as asas do Ministério Público.

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