segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Lula será condenado no "Caso Triplex"?

A questão do momento é o placar do julgamento de Lula no TRF-4 no próximo dia 25. Minha aposta é ...

de um placar de 3 a 0 pela condenação de Lula.

Até agora, praticamente o único condenado por Moro absolvido pelo TRF-4 foi Vaccari, o tesoureiro do PT. Em dois processos, dois desembargadores consideraram que as provas contra Vaccari se basearam apenas em depoimentos de pessoas que fizeram colaboração premiada e a lei veda a condenação nesse caso. Mas Vaccari foi condenado mais tarde em outro processo, sendo a pena bem mais dura que a de Moro.  Esses resultados mostram que os  desembargadores não se alinham nem a Moro, nem ao PT.

No caso de Lula, o depoimento mais importante é o de Léo Pinheiro, que confessou que o triplex e a reforma eram propina, apesar de não ter um acordo de colaboração (está tentando um). Quer dizer, a lei não veda o aproveitamento de sua confissão, mesmo sem corroboração de todos os pontos por provas.

A OAS participou de dois consórcios (CONEST/RNEST e CONPAR) que executaram três contratos com a Petrobras que foram superfaturados. Léo Pinheiro confessou que nas obras do primeiro consórcio a OAS deu a propina para a Odebrecht, que ficou encarregada de a repassar para o PT. Somente no segundo consórcio a OAS ficou de pagar a propina diretamente para o PT, gerando créditos na "conta informal de propinas". Esses créditos, sob a orientação de Vaccari, foram repassados para vários destinatários, inclusive através de supostas doações. Um dos repasses foram os pagamentos para Lula. 

A confissão de Léo Pinheiro é corroborada pelas provas (documentos, mensagens de celulares, depoimentos) e os fatos descritos no processo. O que só depende de sua palavra é  o detalhamento de qual contrato gerou a propina para Lula, quando, como e por quem isso foi decidido.

Já o depoimento de Lula, além de não ser coerente com as provas, tem contradições: quando depôs para a Polícia Federal (sem preparação devido à condução coercitiva) acabou confessando a ciência da reforma, mudando a versão em juízo, o  que por si só depõe quanto à credibilidade de seu depoimento. 

Fora um pedido de vistas, a única chance de Lula ser absolvido é que os desembargadores desconsiderem o depoimento de Léo Pinheiro e julguem que não há conexão entre o superfaturamento dos contratos da Petrobras pela OAS e os pagamentos para Lula.

Em um acórdão do TRF-4, presente na sentença de Moro, é citado o princípio anglo-saxônico (e americano) da "dúvida razoável". Isso parece indicar que esse tribunal aceita a teoria pela qual o princípio da inocência não se confunde com "a certeza absoluta da culpa", mas sim com "a ausência de dúvida razoável da culpa".

A defesa de Lula não provoca dúvida razoável, já que não explica os fatos do processo: alega que a OAS fez uma reforma de milhões sem que a reforma tivesse sido pedida, alega que a família de Lula só se interessou pelo triplex em 2014 (mas em 2010 o Jornal Nacional fez uma reportagem sobre o atraso da entrega do triplex) etc.

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