Há muito tempo eu advertia meus conhecidos de que Bolsonaro poderia se eleger presidente do Brasil. No YouTube, a única rede social que eu acompanho, eu via pelo menos desde 2017 um apoio crescente ao nome de Bolsonaro. A partir do início de 2018, o nome de Bolsonaro surgiu fortemente nos grupos de Whats App. Timidamente, seu nome surgiu nas rodas de conversa.
A seguir discuto quais foram os principais cabos eleitorais de Bolsonaro:
1) A estratégia de Lula que não permitiu a união das esquerdas.
Lula foi o maior cabo eleitoral de Bolsonaro. Sua insistência em sabotar as alianças de Ciro Gomes e insistir numa candidatura "fake" quer seria, todos sabiam, substituída pela de Fernando Haddad contribuiu enormemente para a vitória de Bolsonaro. Lula também sempre atuou para evitar o surgimento de uma outra grande liderança no PT que lhe fizesse sombra. A longa campanha do "nós contra eles" gerou uma divisão da sociedade brasileira, fazendo que uma enorme parcela da população não aceitasse mais ouvir falar do PT. O resultado disso tudo foi Jair Messias Bolsonaro.
2) Os institutos de pesquisa que evitaram que fosse percebido a tempo a força de Bolsonaro.
Os institutos de pesquisa, principalmente Ibope e Datafolha, apresentaram durante quase todo o tempo pesquisas que indicavam que Jair Bolsonaro seria um candidato fácil de ser batido no segundo turno. Isso alimentou a estratégia de Lula de levar Haddad ao segundo turno. Será que houve um reviravolta tão grande assim nas intenções de voto? Difícil acreditar. No mínimo os institutos foram incompetentes para detectar as intenções de voto reais da população. Não erraram apenas com Jair Bolsonaro, erraram de forma inexplicável nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
3) Os votos de Gilmar Mendes para absolvição da chapa Dilma-Temer e em benefício de tucanos de alta plumagem
A não cassação da chapa Dilma-Temer contribuiu para que o PSDB ficasse amarrado ao impopular governo de Michel Temer, que se tornou insustentável aos olhos da população que apoiava a Lavajato.
Por outro lado, os votos de Gilmar Mendes que beneficiaram Paulo Preto e Beto Richa acabaram por tornar o PSDB, aos olhos dessa mesma fatia do eleitorado, indiferenciável do PT.
Restou a esse grupo, preocupado com a continuidade da Lavajato, e que não podia votar no PSDB depois de tantas discussões com os petistas sobre a corrupção do PT, apostar em Jair Bolsonaro.
4) O voto evangélico (e católico)
A Igreja Evangélica acabou adotando ao longo dos últimos anos um discurso forte contra a corrupção. A questão do aborto também é muito cara aos evangélicos e católicos. Com a ida ao segundo turno de Haddad, essa fatia da população escolheu Jair Bolsonaro.
5) A mudança tecnológica que fez com que as redes sociais sobrepujassem a propaganda eleitoral tradicional
O mundo já havia mostrado diversas vezes desde a "Primavera Árabe" o papel que as redes sociais passaram a ter no mundo contemporâneo. Os políticos tradicionais, incluídos aí o PT, PMDB e PSDB, não deram ouvidos a esse clamor, apostaram nos velhos modos de se fazer política. O resultado foi Jair Bolsonaro.
6) A facada
A facada em Bolsonaro permitiu que ele não participasse dos debates de segundo turno. Fez com que a campanha de Alckmin de ataque a Bolsonaro tivesse que ser interrompida por um precioso período. Transformou Bolsonaro em vítima. Adélio Bispo de Oliveira foi um dos grandes cabos eleitorais de Jair Bolsonaro.
6) A facada
A facada em Bolsonaro permitiu que ele não participasse dos debates de segundo turno. Fez com que a campanha de Alckmin de ataque a Bolsonaro tivesse que ser interrompida por um precioso período. Transformou Bolsonaro em vítima. Adélio Bispo de Oliveira foi um dos grandes cabos eleitorais de Jair Bolsonaro.
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