Tudo indica que a dívida brasileira está em uma trajetória insustentável. O Brasil sempre esteve numa situação difícil. O governo Dilma parece ter dado o empurrão que faltava. O fato de uma reversão ser muito difícil tem a ver com problemas estruturais.
O gráfico a seguir, da Folha de São Paulo, mostra que a partir de 2017 um terço do gasto do governo passou a ser coberto com dinheiro emprestado:
A seguir, segue uma análise complementar a essa reportagem. Hoje, o Brasil anualmente precisa pedir emprestado um terço do que gasta. Desses um terço, 60% é para pagar juros, 40% são despesas não financeiras É o equivalente a uma pessoa que precisa pedir emprestado todo mês metade do que ganha só para pagar os juros do cartão de crédito e despesas básicas.
Dá para ver que a coisa degringolou no meio de 2014, que foi quando começaram as pedaladas fiscais. Antes disso o governo precisava cobrir 8% dos seus gastos com empréstimos e essa diferença era só de juros. Em apenas 3 anos, o problema saltou de 8% para 33%.
Antes do impeachment houve uma melhora da situação. Mas a situação já voltou a se agravar, o Temer não conseguiu segurar as contas, o que também teve a ver com sua necessidade de garantir apoio político para evitar o impeachment.
Para ter uma ideia do tamanho do buraco, a privatização da Eletrobras poderia render 20 bilhões, mas o déficit anual é de 500 bilhões de reais.
Veja a progressão da dívida:
2012 - dívida de 2 trilhões
2013 - aumento de 5,7% para 2,12 trilhões
2014 - aumento de 8,15% para 2,29 trilhões
2015 - aumento de 21,7% para 2,79 trilhões
2016 - aumento de 11,5% para 3,1 trilhões.
Parece-me um quadro insustentável, qualquer que seja o futuro governo. Especialmente na situação atual de divisão da sociedade brasileira.

Nenhum comentário :
Postar um comentário