Diante do crescimento da dívida interna do Brasil, que parece ter uma trajetória insustentável, cabe discutir o que aconteceria caso o Brasil deixasse de pagar sua dívida interna.
Hoje não é mais possível se confiscar a poupança dos brasileiros por medida provisória, como fez Collor. Tal hipótese foi proibida na Constituição. Mas os bancos ficariam numa situação difícil em caso de calote da dívida. Seria uma situação mais grave do que a de calotes anteriores porque hoje o calote seria na dívida interna brasileira, que está na mão principalmente de bancos, empresas e pessoas físicas do Brasil. Veja abaixo a composição dessa dívida:
Não residentes: detém apenas 13% da dívida interna
Fundos de previdência: 25,28%
Fundos de investimento: 24,37%
Instituições financeiras: 22,30%
Quer dizer, os juros da dívida são pagos 50% para pessoas físicas (via investimentos e previdência), 22% para bancos e 13% para estrangeiros.
A alternativa ao calote seria o Brasil emitir moeda gerando um descontrole da inflação, fazendo um ajuste, como sempre, em detrimento dos mais pobres. Mas mesmo essa alternativa parece não ser mais capaz de contornar o problema.
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