Uma ideia repetida por boa parte da esquerda brasileira, com base nos argumentos da Anfip, é que não existiria o déficit da Previdência se não houvesse a DRU. Mas seria isso verdade? A resposta é não.
Esse discurso utiliza o argumento de que a Previdência é parte da Seguridade Social, que também inclui a Saúde e Assistência Social. A Seguridade Social tem outras fontes de recursos, que são diminuídas pela DRU, que é um percentual das receitas que é retirado para pagar outras despesas. O discurso é que a Seguridade Social é superavitária, se não contar a DRU. E que a Previdência não seria um problema, porque é legítimo (será mesmo? Veja aqui) que ela use os recursos da Seguridade Social, destinados também à Saúde e Assistência Social dos mais pobres.
O problema é que já faz um bom tempo que a Seguridade é deficitária, mesmo sem contar a DRU. E na verdade não dá para não desconsiderar a DRU, porque ela é utilizada para pagar outros investimentos, que são também importantes.
Os gráficos a seguir demonstram isso (fonte Ministério do Planejamento, veja aqui):
A Seguridade Social mesmo sem a DRU apresenta déficits consistentes a partir de 2009, déficit esse claramente crescente a partir de 2011:
A Seguridade Social com a DRU (a situação real) é deficitária desde 2002:


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